Dia Internacional da Mulher 2022
08/03/2022

Apoiando mulheres a desempenharem seus papéis na economia verde

O tema do Dia Internacional da Mulher deste ano, “Igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável”, reconhece a contribuição de mulheres jovens e maduras, em todo o mundo, que estão liderando processos de adaptação às mudanças climáticas para construir um futuro mais sustentável para todos.

Na última década, a BVRio tem trabalhado a inclusão social como um valor central no desenvolvimento e promoção de mecanismos de mercado para fomentar a economia verde. Entendemos que todos devem se beneficiar de uma economia mais limpa e sustentável e buscamos apoiar grupos sociais mais vulneráveis em setores que atuamos.

Os dados sobre o número de catadores de lixo no mundo não são confiáveis devido à vasta informalidade do setor. Porém, desde 2002, a WIEGO (Mulheres no Trabalho Informal: Globalização e Organização) tem coletado dados que fornecem uma fotografia da indústria de resíduos informais. Em 2019, as cadeias produtivas destas indústrias representavam um terço da força total de trabalho do setor no Brasil, cerca de 84 mil mulheres. A WIEGO é uma rede global dedicada a melhorar as condições de trabalho das classes menos favorecidas, especialmente as mulheres, na economia informal.

A BVRio tem apoiado mulheres no setor informal de resíduos através do Hub de Ação Circular, onde cooperativas de gestão de resíduos lideradas por mulheres para conectarem financiadores para seus projetos. Falamos com lideranças femininas de alguns desses projetos sobre os desafios que elas enfrentam como mulheres e suas ambições e esperanças para o futuro.

A Cooperativa é um espaço para promover a sororidade” Iara Meiri de Melo Moura Silva, 40 anos, mãe de dois filhos, começou a trabalhar no mercado de reciclagem há mais de 20 anos com sua mãe, que veio do Nordeste para o Rio de Janeiro aos 17 anos de idade. Iara é uma das líderes femininas em cooperativas de catadores no Estado do Rio de Janeiro, na Cooperativa Beija Flor. Por trás do amor pela profissão, há sempre uma história de grande força e inspiração da família que, em geral, trabalha unida, ensinando o ofício de coletar e separar para outras gerações. Leia aqui a história de Iara.

“A reciclagem foi uma oportunidade de trabalho no bairro de Jardim Gramacho, onde quase 40.000 pessoas dependiam do lixo para viver. Gerações inteiras viveram do lixão por mais de 30 anos. Mais de 10.000 toneladas eram despejadas todos os dias no maior lixão da América Latina”. Clarisse Aramian, co-fundadora da Cooper Ecológica. Leia o depoimento de Clarisse.

Ouvimos também a história de Glória de Souza dos Santos, 45 anos, uma mulher inspiradora e uma grande líder na comunidade onde vive e fundou a cooperativa ACERJ em 2019. Nascida em uma família tradicional de catadores de lixo no Rio de Janeiro, Glória trabalha há mais de três décadas no mercado de reciclagem. Foi criada em Laureano, bairro do Jardim Gramacho, o maior “centro de reciclagem do Estado do Rio de Janeiro”, onde junto com sua mãe e irmãos aprendeu a complexa tarefa de separar dezenas de materiais que chegavam ao “aterro controlado” no município de Duque de Caxias. Leia mais sobre o trabalho da Gloria.