Nesta semana, a Coopama (Cooperativa Amigos do Meio Ambiente), por meio do projeto “Cooperar para Reciclar“, realizado com o apoio técnico da BVRio e financiamento da Petrobras, começou a registrar a coleta de materiais recicláveis usando o aplicativo de gerenciamento de resíduos KOLEKT. O aplicativo permitirá o rastreamento e o monitoramento online das atividades de coleta, garantindo pagamentos e a traceabilidade dos resíduos por toda a cadeia de reciclagem, oferecendo transparência e eficiência das operações.
A BVRio tem trabalhado com a cooperativa neste projeto desde o ano passado para aumentar sua capacidade de processamento do material coletado e para destiná-lo corretamente, além de melhorar a gestão dos negócios com inovação e redesenho do processo utilizando a tecnologia móvel. Com isso, o projeto quer impactar positivamente o mercado de reciclagem, ao mesmo tempo que promove a inclusão de catadores de materiais recicláveis com aumento da renda e oferta de programas de capacitação. Desde o início do projeto, a Coopama recrutou 10 novas pessoas, contanto agora com 86 cooperados, sendo 45 homens e 38 mulheres. Além disso, fez a contratação de duas funcionárias para a administração e comunicação da cooperativa, melhorando os negócios.
A BVRio também auxiliou a cooperativa na aquisição de novos equipamentos para reduzir o desgaste físico dos trabalhadores e aumentar sua segurança. Foram adquiridos um caminhão roll-on roll-off, um caminhão baú e uma empilhadeira, todos essenciais para aprimorar a eficiência e a logística da cooperativa, aumentando sua capacidade de atender às demandas do mercado.
“O projeto Cooperar Para Reciclar veio em boa hora, pois há uma crise nos preços dos materiais, que estão mais baixos. As cooperativas estão em uma situação delicada, e a Coopama precisava melhorar a logística. Com o financiamento do projeto, conseguimos melhorias, incluindo a compra de caminhões, o que tornou nosso trabalho mais fácil. Os caminhões chegaram no momento certo, proporcionando conforto aos motoristas e aumentando sua segurança. Antes disso, estávamos perdendo parceiros devido à falta de logística. A BVRio é nossa aliada desde o começo do projeto. Foi ótimo escrever o projeto junto com a Coopama. Eles estão sempre presentes em todas as atividades, nos ajudando e caminhando ao nosso lado. Aprendemos algo novo com eles todos os dias, e essa parceria é muito especial para nós”, disse Luis Carlos, presidente da Coopama.
Em consonância com os princípios de uma transição justa, a Petrobras está apoiando também outros dois projetos das cooperativas COOPCARMO e ACAMJG para destinar, ao todo, cerca de 600 toneladas por ano de resíduos sólidos recicláveis e reutilizáveis gerados por quatro dos seus imóveis na capital e Baixada Fluminense (ARM RIO, Cenpes, Galpão Belford Roxo e Conjunto Caju). Esse apoio da Petrobras ressalta a importância de fortalecer o cooperativismo e o trabalho realizado pelas cooperativas para a gestão responsável de resíduos sólidos. Embora o Brasil tenha casos exemplares de integração de catadoras e catadores como partes essenciais do setor formal de reciclagem e gestão de resíduos, ainda há desafios significativos quanto à informalidade e condições precárias de trabalho.
“Na Coopama, a gente se preocupa muito com a segurança do trabalho. Desde a coleta até o enfardamento dos resíduos, fazemos o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Antes, quando eu trabalhava como catador no lixão de Gramacho, nem passava pela cabeça usar esses tipos de equipamentos, me machucava frequentemente pela falta de segurança”, disse Adilson Farias, que faz a triagem de materiais. Atuando na cooperativa, Adilson aprimorou suas habilidades como a forma correta da triagem de materiais e no uso eficiente da prensa de enfardamento. Aprendeu a distinguir e conhecer os diferentes tipos de materiais que chegam à triagem, como garrafas PET, PP (Polipropileno), papel branco, entre outros.
Os materiais coletados nas propriedades da Petrobras são recicláveis, mas alguns tipos não tem valor suficiente para justificar os custos de coleta e processamento. Por isso, a BVRio propôs uma estratégia diferente para cada tipo de material. Papel, plástico e metal, que têm valor de mercado, após coletados são triados, prensados, enfardados e vendidos para a cadeia recicladora, garantindo sua circularidade. O vidro, que tem baixo valor de mercado, deve ser ampliada sua coleta em outros geradores e, com um volume maior, poderá ser negociado com um preço de venda que viabilize a coleta, triagem e envio desse material para recicladores. Além desses materiais, há uma grande quantidade de madeira nos sítios da Petrobras, como móveis e pallets, e o maior desafio do projeto foi pensar uma melhor destinação para este material, sendo então pensada numa solução múltipla, inclusive uma marcenaria-escola na sua sede para reaproveitar as madeiras em cursos de capacitação.
“A Coopama me ajudou a chegar a lugares que eu nunca imaginei serem possíveis”, diz Jamerson Leandro, da Central de Operações. “O apoio e as oportunidades que eu tive aqui me deram a chance de crescer profissionalmente e pessoalmente”, disse ele. Ao se tornar um cooperado, Leandro também abraçou a importância crucial da preservação do meio ambiente. “A palavra ‘meio ambiente’ deixou de ser apenas um conceito para se tornar uma missão diária”, afirma Leandro. “Eu aprendi não apenas a cuidar, mas a valorizar cada detalhe do nosso precioso ecossistema.”