No âmbito do Projeto Praia Circular – uma iniciativa do Programa Circular Plastics in the Americas (CPAP) – A BVRio elaborou um relatório que apresenta estratégias para reduzir o uso de plásticos nos diferentes tipos de estabelecimentos comerciais que participam do projeto na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Brasil. O relatório reúne os resultados do mapeamento dos plásticos utilizados por quiosques, hotéis e barracas de praia, e avalia os desafios e oportunidades que enfrentam para se alinharem ao “Compromisso Circular”, um documento com um conjunto de metas ambientais que visam a redução e reciclagem de plásticos, a ser assinado por eles.
A metodologia do relatório foi inspirada na Iniciativa Global para a Circularidade dos Plásticos no Turismo (GTPI), co-liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA). Os três tipos de estabelecimentos analisados apresentam contextos significativamente diversos, o que influencia suas abordagens para assumir o Compromisso Circular.
Os quiosques, por exemplo, controlados pela concessionária Orla Rio, têm operações semelhantes e poderiam beneficiar de ações centralizadas pela concessionária, como a procura de fornecedores alternativos, a melhoria do programa de reciclagem “Recicla Orla”, a formação dos funcionários e campanhas de conscientização dos consumidores.
Os dois hotéis que participam no projeto têm características muito diferentes. Um deles, um hotel de luxo de cinco estrelas, enfrenta pressões culturais relacionadas com as expectativas dos clientes, enquanto o outro, um hotel de quatro estrelas, já é signatário do GTPI. No entanto, ambos os hotéis apresentam desafios semelhantes e poderiam beneficiar de um intercâmbio de experiências e informações.
Por sua vez, as barracas de praia enfrentam limitações culturais e financeiras para alterar os seus padrões de utilização e eliminação de plástico. Duas recomendações do relatório foram explorar ações conjuntas a partir da Associação de Barraqueiros e intensificar as discussões com a Comlurb para melhorar as operações de coleta. “A busca por melhores opções de fornecedores, permitindo compras em atacado e economia de escala, beneficiaria todos os estabelecimentos parceiros do projeto”, disse Maria Accioly, especialista em economia circular da BVRio.
O relatório também destacou uma lista de itens plásticos prioritários para eliminação, redução ou substituição nos estabelecimentos parceiros, indicando possíveis alternativas viáveis para itens como garrafas de água, copos, sachês de condimentos, talheres, canudos, pratos, sacolas para viagem, esponjas, e redes ou toucas de cabelo descartáveis.
O projeto promove a substituição desses itens plásticos por alternativas mais sustentáveis, considerando as necessidades e capacidades específicas de cada tipo de estabelecimento. Essas estratégias têm o potencial de gerar mudanças permanentes em seus modelos de negócios e visam contribuir para a preservação do ambiente costeiro.