22/05/2022

Pesca de lixo no mar é destaque em jornal O Globo

Pescadores da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, estão tirando outro sustento do mar: a pesca de lixo.

Um projeto da BVRio de economia circular em parceria com a empresa social italiana Ogyre foi destaque na capa do jornal O Globo no último domingo, 22/05. As histórias de pescadores que estão enfrentando a falta de pescado na região e, ao mesmo tempo, a experiência de ajudar na retirada de resíduos sólidos do mar e de manguezais na Colônia Z-10 e Praia de Bancários (Ilha do Governador, Rio) ganhou uma página inteira de um dos mais prestigiados e importantes jornais do País e uma reportagem especial para o jornal Extra. Desde 06 de abril (início da segunda fase do projeto), 17 toneladas de resíduos já foram coletados, feita a triagem dos materiais e, cerca de 30% do plástico com valor comercial, foram vendidos para recicladoras. A jornalista Ludmilla de Lima e o ilustre fotógrafo Custódio Coimbra (autor de um livro especial sobre a Baía de Guanabara) foram a campo com nossa equipe para conhecer o projeto e acompanhar a rotina da coleta de lixo feito pelos pescadores que saem em um comboio de cinco barcos a remo e um barco motorizado para ajudar na operação.

“Basta colocar as mãos na água que você pesca plástico de todos os tipos, sapatos, chinelos, além de ver o descarte inadequado de sofás, espumas, brinquedos, tv, cama, etc. As comunidades de pescadores têm prestado um serviço ambiental muito valioso à sociedade e, graças ao projeto, recebem uma renda extra para ajudar as famílias em uma época que o peixe quase desapareceu”, destaca Flávia Ribeiro, Gerente de Comunicação da BVRio, que acompanhou a cobertura de O Globo no local.

Apesar do problema da poluição na Baía de Guanabara não ser novidade, a iniciativa chamou a atenção da repórter Ludmilla porque há um passivo de lixo que não pára de crescer e soluções como o Projeto da BVRio mitigam o impacto ambiental, gerando renda para a comunidade, promovendo a inclusão social e contribuindo na limpeza do mar e dos manguezais na Ilha do Governador. “Era a melhor região para pegar peixe. Hoje, a pesca na Baía de Guanabara está falida. Tem semana que não paga nem a despesa de ir para o mar. Na semana passada, não deu nem cem quilos. Então, parei. Só vou voltar a pescar em novembro, depois do inverno”, afirmou o pescador Samuel Bittencourt de 61 anos durante a reportagem.

O material, após triagem, é vendido pelo app KOLEKT,, desenvolvido pela BVRio e pela Circular Action, que registra e monitora os resíduos coletados através de imagens e GPS, para verificar as ofertas de materiais recicláveis pelos pescadores e do comprador, neste caso, a cooperativa Cooperecológica.. Qualquer material não reciclável é destinado de forma responsável ao Aterro Sanitário Municipal do Rio de Janeiro. O resíduo coletado é feito em dois dias da semana, pago por tarifas diárias, o que rende mais que um salário mínimo por mês para cada pescador.

O que o projeto paga está salvando a gente. Já estava difícil, e com essa chuva agora vem muito lixo dos rios. Não dá para pescar — lamenta Francinaldo Alves da Silva, o Naldo, um baiano de 47 anos que chegou aos 10 anos à Ilha do Governador.

O trabalho de retirada dos resíduos começa sob os primeiros raios de sol e termina no meio da manhã, com os barquinhos, escoltados pela cadela Princesa, chegando abarrotados. Cada um suporta até 200 quilos. Em 2016, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) estimou que a Baía recebe 90 toneladas de lixo por dia. Mesmo representando uma gota nesse oceano, os pescadores da Ilha seguem com a coleta até abril de 2023, podendo o contrato ser renovado.

Pioneira na criação do Sistema de Créditos de Logística Reversa, a BVRio trabalha desde a sua fundação em soluções para conectar empresas ao mercado e comunidades que atuam na cadeia de reciclagem. Nosso especialista em economia circular, Pedro Succar, explica que cada crédito de logística reversa no mercado equivale a uma tonelada de resíduos retirados da natureza. “O crédito vem com a ideia de mensurar a atividade prestada pelo catador, que traz uma ação ambiental positiva, mas não estava sendo pago por um serviço não valorizado, até quando as empresas assumiram a responsabilidade de reverter esse material”, complementa nosso presidente, Maurício Moura Costa.

Leia a reportagem completa.